trabalho de poesia brasileira

Sou como um vale, numa tarde fria,
Quando as almas dos sinos, de uma em uma,
No soluçoso adeus da ave-maria
Expiram longamente pela bruma.

É pobre a minha messe. É névoa e espuma
Toda a glória e o trabalho em que eu ardia...
Mas a resignação doura e perfuma
A tristeza do termo do meu dia.

Adormecendo, no meu sonho incerto
Tenho a ilusão do prêmio que ambiciono:
Cai o céu sobre mim em pirilampos...

E num recolhimento a Deus oferto
O cansado labor e o inquieto sono
Das minhas povoações e dos meus campos.

O Parnasianismo no Brasil teve como um dos maiores representantes Olavo Bilac. O Parnasianismo nasceu na França por volta do ano 1850 e suas principais características eram o positivismo e o cientificismo da época, o que era oposto ao pensamento do Romantismo – movimento literário anterior ao Parnasianismo. Os escritores parnasianos pregavam pelo rigor da forma escrita, respeito às regras gramaticais, vocabulário rico e erudito, rimas ricas e tinham preferência por formas fixas (sonetos). Quanto aos temas, existe uma inclinação a tratar de fatos históricos, paisagens e objetos, sendo que tratavam esses temas de forma exótica e mitológica. É importante ressaltar que os poetas parnasianos faziam uma “arte pela arte”, ou seja, eles acreditavam que a arte existia por si só e deveria se justiçar por ela mesma.

Entretanto, o parnasianismo brasileiro foge um pouco do ideal parnasiano original francês, pois os poetas brasileiros não se preocupavam muito com a relação à objetividade e cientificismo que os franceses tinham e não fugiram completamente do subjetivismo – marca do Romantismo.
A poesia de Olavo Bilac tem bastante apelação sensorial, com combinação de cores, sons e imagens. Porém, esse caráter sensorial quase plástico devido a seu rigor formal, tendia a transformar os sentimentos e as ideias tratados em seus poemas em meras palavras habilmente tratadas. Essas características descritivas são marcas típicas do