Trabalho De Pe
Perguntas e respostas:
a) Quando partimos para compreender a Revelação, fé e razão são discursos compatíveis ou incompatíveis, por que?
Compatível, pois é possível uma completa harmonia entre a fé e a razão, harmonia baseada no princípio de que “o que é verdadeiro vem do Espírito Santo, independentemente de quem o tenha dito”. “A fé não teme a razão, mas a usa e confia nela”. Sagrada Escritura contém uma série de elementos que permitem obter uma visão do homem e do mundo de grande valor filosófico. Dela se deduz, por exemplo, que “a realidade que experimentamos não é o absoluto”. A convicção fundamental desta “filosofia” contida na Bíblia é que “a vida humana e o mundo têm um sentido e caminham para a sua plenitude, que se verifica em Jesus Cristo”. A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva à contemplação da verdade”. Esta frase, com que se inicia a encíclica Fides et ratio, de João Paulo II, é uma síntese do seu conteúdo central: a questão da verdade, que é a questão fundamental da vida e da história da humanidade. João Paulo II defendia a capacidade humana de conhecer a Verdade, e pedia que a fé e a filosofia tornassem a encontrar a sua unidade profunda. Independentemente das diferenças de cultura, raça ou religião, todo homem formula as mesmas perguntas sobre a sua própria identidade, origem, destino, a existência do mal, o que há depois da morte – isto é, procura uma verdade última que dê sentido à sua vida. De acordo com alguns setores da atualidade, entretanto, esta seria uma busca inútil, pois o homem seria incapaz de alcançar essa verdade.
Por exemplo, a Bíblia diz que, para nossa adoração ser “aceitável a Deus”, ela deve ser “um serviço sagrado” prestado com a “faculdade de raciocínio”. Em outras palavras, devemos adorar a Deus “de uma forma digna de seres racionais”. (Romanos 12,1) Assim, a fé descrita na Bíblia não é cega e irracional, como se fosse um tiro no escuro. E não é credulidade.