Trabalho de educação física
Não importa se é dia ou noite, o tempo passa e eles nem percebem. A adrenalina é mais forte que o cansaço físico. “Só mais uma, só mais uma”, eles prometem a si próprios e assim imergem em um universo tridimensional onde quase tudo é possível. A diversão, por excelência, dos filhos do século XXI é mesmo o videogame. Os personagens imaginários invadiram as casas de meninos e meninas dotados de seus “plays”, para desgosto dos pais, e é difícil colocá-los para fora. Então, como não é possível vencê-los? Resta juntar-se a eles, ou melhor, tornar os games um aliado no crescimento dos filhos e não o vilão de uma geração.
Pesquisadores de diversas áreas se dedicam na atualidade a investigar os resultados da experiência de jogar videogame pelas crianças. Ao lado de teses fatalistas e preconceituosas que colocam os games como um fator de emburrecimento surgem visões bem mais otimistas sobre o tema. Em Fortaleza, a terapeuta ocupacional Marilene Munguba constatou que os pequenos aficionados pelos jogos desenvolvem habilidades de aprendizado interessantes.
Acompanhando o dia-a-dia de meninos e meninas de classes sociais diferentes nas locadoras de videogame – na época da pesquisa, 2000, as lan houses não eram tão populares – ela pôde perceber que a principal característica despertada pelo ato de jogar é a capacidade de aprender através da vivência com o jogo. Em vez de ler manuais ou instruções, os “game boys” aprendem as regras do jogo da melhor maneira, jogando. “Eles desenvolvem uma meta cognição, é o aprender, aprendendo. Se ele perde o jogo, ele já sabe como errou e, da próxima vez, não cometerá mais o mesmo erro”, observa a professora.
Além do domínio da linguagem do game, os jovens apreendem outros conhecimentos também. Ícaro Vinícius Melo da Silva, de 13 anos, aprendeu mais inglês com os jogos de videogame do que em sala de aula. Como as informações sobre muitos jogos são na língua inglesa ele se