s avanços do conhecimento e as inovações que gera são essenciais para nos fornecer o entendimento do mundo em que vivemos e para criar novas tecnologias que irão compor o modo de viver moderno. Entretanto, lado a lado com o grandioso e inequívoco espetáculo da ciência existe um cotidiano dos seus praticantes (pesquisadores) que inclui um ciclo complexo de atividades nem sempre fácil e, certamente, muito menos grandioso. No mundo acadêmico, esse ciclo passa pelo desenvolvimento de protocolos de investigação, busca dos meios necessários para implementá-lo, condução das reflexões/observações/experimentos necessários à sua concretização e por fim a redação e publicação, se possível em veículos qualificados, dos resultados encontrados. Um problema é que grande parte dessas atividades permanece em uma semiobscuridade, sendo na maioria das vezes apenas conhecida por um restrito número de investigadores do mesmo campo temático. Em outras palavras, grande parte dessas atividades que tanto mobiliza o mundo acadêmico é invisível para a sociedade e para os cidadãos que não são membros das comunidades científicas e, que, em última instância, as financiam. Para que sejam selecionados os indivíduos e instituições melhor qualificados e que serão selecionados e aquinhoados com os meios para executar os seus projetos, desenvolveu-se complexos sistemas de avaliação individual ou institucional de onde se pretende decantar a boa da má ciência e os bons dos não tão bons pesquisadores. Da mesma forma, a publicação dos resultados da pesquisa se dá por processos competitivos e de "revisão de pares", o que torna os mais aclamados veículos de divulgação difícil de serem acessados pela grande massa de