Trab. artes
A obra de Carybé é vasta e abrange pinturas, desenhos, ilustrações, esboços, esculturas, gravuras, cerâmicas e murais. Utilizou-se de diferentes estilos e técnicas (modelagem, incrustação, entalhe, alto e baixo relevo, cinzelação, mosaico, aquarela, pintura a óleo) aplicadas em diversos materiais ou suportes (madeira, cimento, argila, ferro, búzios, pedra, ladrilhos). Reconhecido no Brasil e no exterior como um renomado artista plástico figurativo, algumas de suas obras podem ser encontradas em prédios públicos, como os murais Fundação da Cidade de Salvador e o Mural dos Orixás, em Salvador, Alegria e Festa das Américas, no Aeroporto Kennedy em Nova York, e Libertadores, no Memorial da América Latina em São Paulo. Ilustrou livros – de autores como Mário de Andrade, Jorge Amado, Gabriel Garcia Marques, Mario Vargas Llosa, Antonio Olinto, João Cabral de Melo Neto, Pierre Verger-, periódicos, capas e encartes de discos de música popular contendo cantigas de candomblé, samba de roda e capoeira.
A cultura baiana, especialmente aquela vinculada ao mundo do candomblé, foi certamente sua maior fonte de inspiração. E não só a ele, mas a um grupo de artistas de várias áreas, – como Pierre Verger na fotografia, Mario Cravo na escultura, Jorge Amado na literatura, Dorival Caymmi na música –, que em meados do século XX se nutriram desta cultura e do seu aspecto religioso, para a elaboração de uma estética que acabou por revitalizar as artes baianas e projetá-la nacional e internacionalmente. Por meio da obra destes autores, consolidou-se o imaginário de uma Bahia como “terra boa” com sua gente mestiça, afável e indolente, pintada em sua explosão de cores fortes, gestos sensuais e comidas com sabores condimentados. Uma Bahia de todos os santos e orixás...
Carybé - "Festa do Pilão de Oxalá"; desenho da série Iconografia dos Deuses Africanos
Pablo Picasso
"L´art nègre ? Connais pas ! (Arte Negra? Desconheço!)"
A frase atribuída a Picasso deu o que falar! Como negar