Toyota sistema de gerencia
Norihiko Shirouzu, The Wall Street Journal, de Toyota, Japão
15/04/2010
A crise de qualidade da Toyota Motor Corp. está expondo - e agravando - uma briga interna que há muito vem se armando. A batalha opõe a família Toyoda, fundadora da empresa, a um grupo de gestores profissionais, cada lado culpando o outro pelos problemas da montadora.
Nas últimas semanas, as escaramuças nos bastidores se intensificaram.
O diretor-presidente Akio Toyoda, de 53 anos de idade, neto do fundador, tentou forçar a saída de um dos executivos não pertencentes à família: seu antecessor, Katsuaki Watanabe, agora vice-presidente do conselho.
Pouco depois que a empresa fez um de seus grandes recalls de segurança, em meados de janeiro, Toyoda sugeriu a Watanabe, através de um intermediário, que o ex-diretor-presidente deixasse a empresa e passasse a administrar uma subsidiária da Toyota, segundo um executivo que diz ter sido informado da iniciativa pelo próprio Toyoda.
Watanabe recusou.
O impasse, que não foi divulgado antes, é um exemplo dramático de como a velha divisão entre as duas alas está vindo à tona em meio à crise da Toyota. O conflito atrapalha o foco de uma liderança que luta para reerguer-se depois de três meses de ataques sem precedentes nos 75 anos de existência da empresa.
Toyoda e seus aliados vêm dizendo abertamente que, quando assumiu a presidência executiva, no ano passado, após 15 anos em que o clã Toyoda não esteve no poder, ele herdou uma empresa enfraquecida pelos antecessores não pertencentes à família, que sacrificaram a qualidade em função do crescimento mais rápido e maiores margens de lucro.
Os problemas surgiram quando "algumas pessoas ficaram ambiciosas demais e excessivamente focadas no lucro", disse Toyoda em uma entrevista coletiva em Pequim em março. Ele reconheceu que "a responsabilidade final pelos erros (...) cabe a mim".
Uma porta-voz da Toyota se recusou a prestar comentários