pensamento mítico e pensamento lógico
RESENHA
Quando falamos em pensamento mítico e lógico, podemos dizer que nos referimos a duas modalidades de pensamento. A primeira, originária do termo grego mythos, propõe que o mito associa-se a um estágio anterior da humanidade, sendo considerada uma cultura inculta ou, como o próprio nome sugere, apenas uma mitologia. Já a segunda modalidade, proveniente do grego lógos, faz referência a um momento posterior à primeira, tratando-se de um período de racionalidade da civilização.
Porém, essa diferenciação reporta-se a uma tradição filosófica que não mais prospera. Em tempos atuais, estudos de antropologia social mostram que esses pensamentos decorrem da imaginação social e as duas modalidades, a mítica e a lógica, podem coexistir.
O mito funciona resumindo experiências de narrativas e relatos formando, assim, um mito geral que possui três características principais: 1) função explicativa, onde o presente é explicado por alguma ação passada cujos efeitos permanecem no tempo; 2) função organizativa, onde o mito organiza as relações sociais de modo a legitimar e garantir a permanência de um sistema complexo de proibições e permissões e, por fim, 3) a função compensatória, onde o mito narra uma situação passada, que é a negação do presente, que serve para compensar os humanos de alguma perda ou de algum erro passado que foi corrigido no presente.
Por outro lado, o funcionamento do pensamento lógico ou conceitual é contraposta à do pensamento mítico. Enquanto o pensamento mítico associa e reúne fragmentos heterogêneos, o conceitual utilizará de métodos para operar.
Assim, o pensamento lógico trabalhará com métodos científicos que seguem regras e princípios como o da identidade, contradição, terceiros excluídos, razão suficiente e causalidade, distinguindo verdades de fato e verdades de razão
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