toxologia
1. INTRODUÇÃO
O fenobarbital é um fármaco de característica ácida, derivado do ácido barbitúrico, cujo seu principal efeito é a depressão do sistema nervoso central, utilizado principalmente como anticonvulsivante. Por ser menos lipossolúvel que os outros derivados do ácido barbitúrico, tem uma absrorção lenta e ação mais prolongada (aproximadamente 24 horas); como possui ampla absorção no trato gastrointestinal, é preferencialmente administrado via oral e se distribui no cérebro (órgão-alvo) e no tecido adiposo (órgão de depósito). Os fármacos de ação curta são os mais lipossolúveis, ou seja, chegam mais rápido no cérebro, causando efeitos mais rápidos. Este fámaco geralmente sofre reação de detoxificação, no organismo é biotransformado principalmente pela isoforma CYP2C9 do citocromo P450, sofrendo reação de fase I (hidroxilação) e formando o p-hidroxifenobarbital, o qual é conjugado (reação de fase II) com ácido glicurônico e excretado na urina.
O fármaco que dosamos é um potente indutor enzimático, aumentando a atividade de enzimas, como a CYP 2C9, explicando a tolerância farmacocinética. O indivíduo que adquire tolerância, deve aumentar a dose do fármaco porque ele chega menos no sítio de ação por sofrer biotransformação mais rapidamente. A excreção do fenobarbital é feita pela urina, onde 30% é excretado na forma inalterada, 45% em metabólito de fase I e 25% conjugado com o ácido glicurônico.
Em relação com a toxicodinâmica, ele se liga no GABA e favorece a ligação do neurotransmissor GABA, mantendo-o mais tempo ligado ao GABA A, abrindo os canais de cloro, hiperpolarizando a membrana, dificultando o impulso nervoso, responsável pelo efeito depressor.
Existem três fenômenos característicos das doses de abuso:
Tolerância: tolerância farmacocinética
Síndrome de abstinência
Dependência
. Os efeitos tóxicos caracterizam-se por exacerbação dos efeitos farmacológicos, depressão exagerada do SNC (coma, depressão do sistema