Tomás de Aquino e suas filosofias
Comentário – Este argumento parte de outro conceito aristotélico: o de causa final. Para Aristóteles, a causa eficiente é o que produz alguma coisa, enquanto a causa final é, como o nome já diz, a finalidade, isto é, o “para que”, o objetivo pelo qual uma coisa é produzida ou criada. Quando se trata de ações e realizações humanas, é muito fácil ver qual a causa final: se fazemos um pão, a causa final deste pão é matar a fome. Também é fácil ver que por trás da causa final existe uma intencionalidade, neste caso, a intenção de matar a fome. Não pode existir intenção sem que exista uma consciência inteligente e que tenha uma certa “dose” de conhecimento. O que Tomás de Aquino argumenta aqui é as coisas do mundo tem causas finais, como a chuva que cai para alimentar as plantas ou o Sol que brilha para iluminar a Terra (exemplos meus), e como seria absurdo pensar em causas finais sem intencionalidade, então deve existir alguma mente inteligente por trás das causas finais do mundo. Como os próprios objetos do mundo não podem dar a si mesmos estas finalidades, então algum outro ente as deu a eles, e este ente seria Deus.
O problema do argumento é que o conceito aristotélico de causa final é muito controverso e difícil de sustentar. Por isso mesmo ele foi há muito tempo retirado