A existência de Deus na Filosofia de Tomás de Aquino - Abertura e universalidade
A existência de Deus na Filosofia de Tomás de Aquino: abertura e universalidade Autor: Sávio Laet de Barros Campos.
Bacharel-Licenciado em Filosofia Pela
Universidade Federal de Mato Grosso.
No presente artigo pretendemos abordar a questão de Deus no pensamento filosófico de Tomás de Aquino. Com o espaço limitado de um artigo, cumpre-nos discriminar quais sejam os passos que iremos seguir neste texto. Antes de tudo, procuraremos salientar o lugar que Deus ocupa na filosofia do Aquinate. Depois, importa que investiguemos qual seja a primeira questão, a respeito de Deus, sobre a qual Santo Tomás se debruça e porque a antepõe a todas as outras. Atende ao nosso trabalho demonstrar qual o fundamento da “teologia natural” (ou “teodicéia”) tomásica. Cuida, finalmente, ao nosso texto, evidenciar que, em
Tomás, Deus não é somente uma questão teológica, mas filosófica.
1. Deus, na vida e obra de Tomás
Se, fiéis aos textos tomasianos e aos seus principais comentadores, buscarmos o lugar que Deus ocupa na vida e na obra do Frade de Rocassecca, teremos que admitir que tal lugar é nada menos do que o centro. De fato, Deus é o centro, tanto da vida quanto da obra do
Aquinate. Aliás, é o centro da sua obra, porque, antes, sempre fora o centro da sua vida. Com efeito, de Tomás, diz-se que, ainda pequerrucho, oblato no mosteiro de Monte Cassino, teria perguntado a um Abade: “Quem é Deus?”. Doravante, como acentua importante estudioso da obra do Aquinate no Brasil: “Sua vida foi dedicada, inteiramente, de ponta a ponta, a responder esta pergunta”1. Pode-se dizer, sem nenhum exagero que, desta pergunta, nascera
1
NASCIMENTO, Carlos Arthur R. Santo Tomás de Aquino: O Boi Mudo da Sicília. São Paulo: EDUC,
1992. p. 60.
2
toda a sua obra, como uma tentativa de responder a ela: “A questão ‘quem é Deus’ foi o motivo e o lema que caracterizaram toda a obra de Tomás de Aquino”2.
Em suas duas portentosas Sumas, ele declara expressamente que