tipos de campesinato uma discussão preliminar
Para discutir o campesinato na América Latina, Eric Wolf traça uma tipologia inspirada no trabalho de Julian Steward, onde os tipos elencados serviriam para uma metodologia comparativa, objetivando relacionar e determinar regularidades recorrentes entre culturas. É dado destaque a determinadas implicações epistemológicas que resultariam num trabalho aberto a constante revisão, assim mensura a ausência de literatura neste campo, a peculiaridade que é definir em termos gerais o que é o “camponês”, a dialética da relação campo/cidade e os efeitos transformadores das relações de produção inclusive no campesinato ocasionado após a Revolução Industrial.
Na tentativa de delimitar ao máximo a terminologia “camponesa”, chega-se em três máximas para a orientação da compreensão desta categoria. A primeira o aponta como produtor agrícola, a segunda é a que distingue agronegócio do produtor rural, citando sobre a singularidade dos arranjos de posse em diferentes regiões e da estrutura produtiva, e, em terceiro além de fazer a distinção entre fazendeiro e camponês comenta sobre a lógica própria que orienta a sua produção.
A terminologia assim definida deve ser aplicada para indicar uma relação estrutural, onde a cultura camponesa deve ser compreendida como parte integrante de um todo maior, ou seja, o foco de investigação deve estar voltado para a forma como esta cultura se organiza dentro da estrutura sociocultural mais ampla, e analisar a forma como se integram as influências exteriores.
Dos dois tipos de culturas parciais camponesas, como características o primeiro é composto por grupos de terras altas da América Latina, produzem para subsistência utilizando de tecnologia tradicional, vendem o excedente para compra de produtos oriundos de outras partes exteriores a eles. Possuem estrutura de comunidade comunal, embora não exista uma definição de classes há um sistema de poder que compreende seus membros