TicA TEXTO 1

TEMPORALIDADES DA CONTEMPORANEIDADE: reflexões face às recorrentes transformações no mundo do trabalho e as demandas educacionais Luciano Jaeger1
Thaisy Perotto Fernandes2

Resumo: O estudo adentra focos amplos mas de densa vinculação: educação, tempo e o trabalho. Num primeiro momento, discorre-se sobre a busca pela elucidação do fenômeno da temporalidade, incursionando-se em distintos ramos do conhecimento. Na sequência, parte-se da dimensão temporal como norte de análise para articular “ócio” e “trabalho”. Por derradeiro, toma-se como reflexão a complexidade e as implicações das modificações no mundo do trabalho e a respectiva necessidade de se repensar o sujeito e as práticas educacionais, face às recorrentes demandas da contemporaneidade.

Palavras-chave: Demandas Educacionais. Mundo do trabalho. Ócio. Sujeito. Tempo.

INTRODUÇÃO

Será o tempo uma invenção ou um fenômeno precedente a qualquer outro? Nasce pelas mãos de um criador onipotente ou simultaneamente ao big bang? E qual a necessidade de se deter a tal questão, num cenário onde deve-se trilhar o mais rapidamente os caminhos do saber para não se perderem as mais valiosas oportunidades ou ainda de subsistir em meio ao mercado do trabalho? Essas e outras indagações representam os motivadores do ensaio, sobretudo face a observância do cenário de recorrentes demandas no âmbito da educação e de contínuas transformações nos processos produtivos.
Albert Einstein, em um de seus escritos, deixou claro que a distinção entre o passado, presente e futuro não passa de mera ilusão. Nessa linha de ideias, seria o relógio mera futilidade? Mas se o tempo não existe, qual a necessidade de se agendar compromissos, seja na memória, na agenda de papel – ou em meio virtual? E os prazos aos quais estamos contingenciados, seja na esfera acadêmica, profissional ou pessoal? Existe um dia sequer que possamos prescindir da marcação temporal?
Praticamente todos acontecimentos sociais podem ser cronologicamente