Tica Nas Organiza Es
Parece-nos apropriada análise da correlação entre profissionais e suas organizações à luz das relações verificadas entre o bem-estar social e ética pessoal tratadas por Wilhelm Dilthey, pelas quais o filósofo cita que “as sensações éticas e análises morais superam os aspectos utilitaristas da sociedade”. Nessa abordagem o pensador trata, ainda, da busca de respostas e motivos pelos quais os indivíduos preterem seus interesses próprios para cumprir com seus deveres de preocupação com o interesse geral, oferecendo certa conformidade com as relações entre organizações e seus colaboradores.
Em verdade, o postulado de Wilhelm Dilthey não alude claramente à ética na organizações, mas seu enunciado permite ampliar seu espectro para embasar a correlação entre os interesses das organizações e os do meio em que atuam, nele inclusos seus empregados, fornecedores, clientes e meio ambiente.
Numa perspectiva mais ampla e comparativa, se o tecido social resulta dos diversos vetores individuais e coletivos, não é demasiado admitir que o vácuo ético nas relações entre profissionais, organizações, fornecedores e consumidores tem forte correlação com a fragilidade da ética pessoal, esta hoje bem caracterizada pelo excessivo interesse do indivíduo por si próprio, pelo individualismo exacerbado, pelo narcisismo desmedido e pelo frágil sentido de solidariedade. Com efeito, se as organizações são dirigidas por pessoas que assimilam não virtudes, e se estas pessoas moldam as crenças das organizações, na medida que o homem despreza valores humanos, as organizações tendem a fazer o mesmo e a resvalar na moral e, às vezes, a abandonar a ética social.
De outra vertente, as crenças e valores econômicos nas organizações podem influir na base ética das pessoas, contribuindo para uma fragilização recíproca e, naturalmente, retroalimentadora, até que fenômenos sociais novos mudem e revigorem