Thomas
Qualificar a teoria política de Hobbes como adversa ao exercício da liberdade é uma tendência comum em determinadas interpretações a respeito dele. Com o propósito fundamental de evidenciar a incoerência destas interpretações, o presente estudo visa demonstrar a possibilidade efetiva da liberdade em relação ao poder do Estado. Para tanto, delineia-se um percurso argumentativo que não privilegia o exame de apenas uma das obras que integram o sistema filosófico de Hobbes, o que de maneira inevitável nos remete mais a outros recintos do seu pensamento do que propriamente à reflexão política, como a metafísica e a física. Desse modo, a cada capítulo há um plano de discussão que contempla um problema pertinente à concepção de liberdade e às suas respectivas implicações teóricas com outras questões e conceitos capitais que norteiam o empreendimento filosófico hobbesiano. Dessa perspectiva, o primeiro capítulo examina o conceito geral de liberdade, tal como Hobbes o concebe, a partir disso, compreender os diversos modos como a idéia de liberdade se apresenta nas suas principais obras de filosofia moral e política. O segundo capítulo trata de examinar os principais argumentos fornecidos pelo filósofo, que justificam a necessidade de restrição ou limitação da liberdade natural, como também de discutir as conseqüências que este fato proporciona à compreensão do estatuto reservado à liberdade humana no contexto geral da sua teoria política. Por sua vez, propõe empreender uma das condições de possibilidade do exercício possível da liberdade mediante a instituição do Commonwealth. Trata-se, portanto, de uma investigação sobre as condições formais que viabilizam o estabelecimento daquela concepção específica de liberdade remanescente da restrição ou limitação da liberdade natural, denominada de liberdade civil. Por fim, ocupa-se essencialmente em examinar e expor a problemática referente às diferentes perspectivas de interpretação, assim