Thomas More (1478- 1535), filho de juízes nasceu e morreu em Londres, Inglaterra. Foi um pensador humanista e devoto aos valores da Igreja Católica. More “representa o processo contra a injustiça social e a esperança na redenção do homem” (MELO FRANCO, p. 26, 1978) Estudou em Oxford e cursou direito em Londres, sofrendo influências de diversos pensadores com que teve contanto. Entre eles, Desiderius Erasmo, filósofo humanista de Rotterdam, Holanda. Este dedicou a More seu principal livro, Elogio da Loucura. No entanto, como Erasmo era crítico a igreja católica e More defensor da mesma, perderam contato. Thomas era ativo em relação à vida política de seu país, se tornando, inclusive, Chanceler (altos funcionários da coroa que tinham função semelhante à do primeiro ministro, entre elas, selar documentos do estado e controlar ordens militares) do rei Henrique VIII. Este, com o intuito de centralizar o poder nas mãos da monarquia inglesa, retirando o poder da Igreja Católica, fundou o anglicanismo: religião de estado da monarquia inglesa. Para realizar tal ato, Henrique VIII usou com pretexto o fato do Papa Clemente VII ter recusado seu divorcio (ele queria ter um filho do sexo masculino, mas não alcançara este objetivo com sua esposa, por isso o divorcio). Como reação a recusa do Papa, Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica, fundou o Anglicanismo e se tornou o chefe supremo da mesma. Thomas More, extremamente defensor dos valores católicos, não concordou tal ato e abandonou seu cargo de Chanceler. Posteriormente, se recusou a aceitar a legitimidade dos filhos do rei com sua nova esposa e, por esta atitude, Thomas foi condenado à morte. Pelo mesmo motivo, considerado como um símbolo de fidelidade à Igreja e exemplo de vida cristã, More é canonizado. A principal produção literária de Thomas More é A Utopia. Nesta, Thomas usa como referência ideias humanistas, valores da Igreja e cita diretamente, A República de Platão.