A relação entre a teoria e a crítica
A palavra crítica e etimologia ,sugere apreciação minuciosa ou criteriosa, isto é, tem, em si, dois aspectos, a negatividade e a positividade. O vigor do termo crítico está em sua neutralidade. Assim ao mencionarmos crítica estaremos remetendo á atividade investigativa do exercício crítico, com funções específicas.
Essa relação com os métodos de análise cria vínculo forte entre a teoria e a crítica, de tal modo que chega a gerar dúvidas e a confundir, fazendo parecer, ás vezes que são a mesma coisa ou que são uma só. A participação da teoria no exame do texto literário acontece pela via da compreensão profunda da obra, de tal sorte que a crítica possa depois se manifestar e ser adequadamente aplica. A teoria, então, é a articuladora entre a literatura e a crítica e, observando bem as duas condições que aqui se articulam, a condição estrutural da crítica e a condição simbólica da teoria. A crítica é metodológica por natureza e vai determinando sistema melhor, isto é, deixada sozinha na tarefa da compreensão textual, a crítica pode engessá-lo numa certa estrutura e só captará do texto aquilo que o sistema obedecido a permitir; certamente uma perda, se não uma impossibilidade.
A tarefa ardente da teoria é ultrapassar o formalismo do sistema crítico para constituir uma crítica libertadora que reconheça a atuação poética e admita sua manifestação plena. Em primeiro lugar, a teoria não se manifesta de modo pluridimensional para exibir erudição ou para tomar posição, em segundo lugar, a leitura profunda de que se fala exige uma interação entre interior (texto) e o exterior (mundo) ampla e ilimitada, a literatura é resultado de uma leitura de mundo.
Sempre pensamos com o poema Antieuclidiano, de Carlos Drummond de Andrade, e verificamos que, para ler o poema em questão deveríamos ter um mínimo de informações sobre, não só de quem foi o matemático Euclides, mas de que a teoria estabelecida por Euclides teria levado Drummond a