textos orais
William F. Hanks
Atualmente o foco central dos estudos linguísticos é a relação entre linguagem e contexto. Varios trabalhos como por exemplo os de antropologia, linguística, sociologia, psicologia e filosofia da linguagem apontaram mostram a grande variedade de modelos pelos quais a língua e a informação de vários tipos comunicada verbalmente são formadas ou moldadas pelos contextos sociais e interpessoais nos quais o discurso ocurre. Para a antropologia o significado de contexto reside principalmente na pratica social mais geral. A linguagem é um elemento importante, se não for definidor, em grande parte da vida social, e as ideias sobre a linguagem tem sentido um impacto fundamental sobre a teoria social no último século. Resenha do livro Língua como prática social, de William F. Hanks O livro Língua como prática social (280 páginas) é um conjunto de artigos do linguista e antropólogo americano William F. Hanks, publicado em 2008 pela Cortez Editora, São Paulo, com cinco capítulos e uma conclusão, além do prefácio. Os capítulos são: 1 – Pierre Bourdieu e as práticas de linguagem; 2 – Os gêneros do discurso em uma teoria da prática; 3 – Texto e textualidade; 4 – O que é contexto? 5 – Incursões no campo dêitico. O livro foi organizado por Anna Christina Bentes, Renato C. Resende e Marco Antônio R. Machado, linguistas que também são os tradutores dos artigos, juntamente com Marcos Rogério Cintra.
No primeiro artigo, Capítulo I, o autor apresenta e explica os dois conceitos-chave de Bourdieu: ‘campus’ e ‘habitus’. O conceito de habitus em Bourdieu diz respeito a práticas individuais que são demarcadas pelas regras socialmente definidas; o habitus mostra que o indivíduo está inserido no social. Segundo o autor, o social fica impresso no individual sobretudo nos usos corporais. O conceito de encaixe/incorporação (embedding) é muito importante porque