o texto escrito e o texto oral
O processo de comunicação pode realizar-se através da linguagem oral ou da escrita. Embora a língua seja a mesma, a expressão escrita difere muito da oral, sendo ponto pacífico, largamente comprovado, que ninguém fala como escreve, ou vice-versa. Originalmente, só havia a língua falada; a escrita apareceu em estágios mais avançados da civilização, mas até hoje ainda existem línguas ágrafas, isto é, sem escrita. Entretanto, a escrita adquiriu, através do tempo, tão alto prestígio, a ponto de se esquecer que, anterior a ela, há uma linguagem oral que lhe serve de suporte. Na verdade, a escrita é apenas uma tentativa imperfeita de reprodução gráfica dos sons da língua. Algumas características da linguagem oral, tais como entonação, timbre, altura, ênfase, pausas, velocidade da enunciação e muitas outras são impossíveis de ser representadas graficamente. Essas características são precariamente reproduzidas pelos sinais de pontuação (exclamação, interrogação, reticências, hífen, parênteses, travessão etc.), pelo emprego de maiúsculas, de negrito, itálico ou de sublinhas. A língua falada pressupõe contato direto com o falante, o que a torna mais concreta; é mais espontânea, não apresentando grande preocupação gramatical do ponto de vista normativo. Seu vocabulário é mais restrito, mas está em constante renovação. Na linguagem familiar, em situações informais, as preocupações com a clareza e a correção vão-se tornando menos evidentes.
Na língua falada, além da restrição do vocabulário, não há grande preocupação com as regras gramaticais de concordância, regência e colocação, nem com a clareza das construções sintáticas.
A língua escrita mantém contato indireto entre quem escreve e quem lê, o que a torna mais abstrata; é mais refletida, exige grande esforço de elaboração e obediência às regras gramaticais. Seu vocabulário é mais apurado e é, por natureza, mais conservadora. A língua falada conta com