retextualização do texto oral
Flávia Andréia dos Santos1
Lúcia Gandarillas Cabrera 2
Vera Lúcia Góes3
Resumo
Exporemos neste trabalho a prática da retextualização de um texto oral para um texto escrito, baseado no modelo proposto por Marcuschi. Nesse, encontramos a diferença entre a língua escrita e a língua falada. O trabalho baseia-se em um fragmento, de tipo Elocução
Formal(EF), extraído do inquérito 375 do Projeto NURC/SP, que constitui parte de uma aula universitária sobre Análise Textual, cujo informante é do sexo feminino, com 34 anos na época (22/09/1976) e o inquérito de número 415. O processo de retextualização demonstra a insustentabilidade da visão dicotômica acerca da relação entre fala e escrita, uma vez que através dele podemos identificar as semelhanças e diferenças entre o texto falado e o escrito.
Palavras-chave: Texto oral, texto escrito, retextualização
1. Introdução:
Hoje, sabe-se que a escrita não representa a fala seja qual for o ângulo de análise, e que essa não é um texto construído caoticamente, tampouco a escrita sempre se comporta como um texto “controlado e bem-formado”(Marcuschi 2000:47). O informal/formal são possibilidades de usos da língua fala e da língua escrita, e não atributos. Por isso, não podemos estabelecer relações hierárquicas entre ambas, nem se pode dizer que a retextualização visa à organização do texto oral, pois fala e escrita são duas alternativas sócio-interativas da língua, com semelhanças e diferenças.
A retextualização está presente no cotidiano, dentre as mais diversas atividades. A anotação de aulas, uma pessoa contando a outra alguma notícia lida em um jornal, por
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Graduanda em Letras pela FFLCH-USP, com habilitação em Português e Alemão.
Graduanda em Letras pela FFLCH-USP, com habilitação em Português e Inglês.
3
Graduanda em Letras pela FFLCH-USP, com habilitação em Português e Alemão.
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Revista Anagrama – Revista Interdisciplinar da Graduação
Ano 1 - Edição 4