arte e saude mental
A relação entre as temáticas arte e saúde mental remonta às primeiras tentativas de humanização dos atendimentos realizados nas instituições de saúde mental. Os precursores deste movimento, Osório César e Nise da Silveira, iniciaram a utilização de recursos artísticos como forma de tratamento e reinserção social no Brasil antes mesmo do início dos movimentos reformadores, que fomentaram discussões acerca dos maus tratos recebidos por internos de hospitais psiquiátricos.
Osório César, crítico de arte, músico e psiquiatra, iniciou seus estudos acerca da temática arte e saúde mental na década de 1920, quando ingressou como funcionário no Hospital Juquery (SP). Já nesta época, mesmo ainda não havendo recursos suficientes à implantação de oficinas de arte, havia internos que se dedicavam a atividades artísticas, tais como desenho e pintura, incentivados por Osório César.
Em 1925, Osório César publica como fruto de suas noções sobre arte e seus estudos científicos, o artigo intitulado “A arte primitiva dos loucos”, no qual traça as primeiras considerações acerca do trabalho artístico de indivíduos em sofrimento psíquico.
A partir de 1948 as práticas artísticas no Hospital Juquery se consolidam com a criação da Escola Livre de Artes Plásticas do Juquery.
O trabalho introduzido por Osório César foi amplamente desenvolvido por Nise da Silveira, no Rio de Janeiro, a partir da década de 1940. As atividades artísticas como método terapêutico foram iniciadas pela psiquiatra, e estudiosa da obra de Carl Gustav Jung, a partir de 1946 no Serviço de Terapêutica Ocupacional do Hospital de Engenho de Dentro. Em 1956, Nise da Silveira inaugurou, juntamente com artistas e profissionais da saúde mental, a Casa das Palmeiras, clínica de tratamento aberta, sem fins lucrativos e tendo como princípios norteadores o afeto e atividade artística como possibilidade de reorganização psíquica e reinserção social (Silveira, 1981).
Os trabalhos empreendidos