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Roberto Cardoso de Oliveira bacharelou-se e licenciou-se em Filosofia e doutorou-se em Ciências na Universidade de São Paulo. Realizou estágio pós-doutoral no Departament of Social Relations da Universidade de Harvard (EUA) e participou ativamente na implementação de políticas voltadas para o desenvolvimento da Antropologia no país. No texto “O trabalho do antropólogo: o olhar, o ouvir e o escrever”, Roberto ressaltou que o trabalho antropológico está baseado em três importantes aspectos: o olhar, o ouvir e o escrever sendo os dois primeiros relacionados à realização da nossa percepção e, o último, ao exercício do pensamento. A idéia do autor é enfatizar a importância destes pilares e que estes podem ser questionados em si mesmos na construção da reflexão e produção do conhecimento frente a uma realidade.
O olhar está inserido no processo do saber em virtude dos indivíduos possuírem curiosidade por algo que é exótico. A realidade é caracterizada como objeto construído pelo próprio observador através de elementos diversos que fornecem informações de como o ambiente se apresenta. É possível perceber as características do local em contradição com o que já foi descrito e apresentado em livros antigos, observando-se as modificações que foram realizadas em determinado ambiente. Todavia, o olhar por si só não é suficiente, pois não alcança o significado das relações sociais sem o ouvir e o escrever.
O ouvir e o olhar se complementam e são ferramentas úteis para o pesquisador social. Ambos levam ao conhecimento que, muitas vezes, pode ser difícil de ser adquirido. O ouvir elimina ruídos insignificantes, ou seja, informações desnecessárias. Após o olhar, o ouvir é de extrema importância a compreensão do sentido de algo. Logo, a obtenção de explicações através de uma entrevista, por exemplo, pode ser uma ferramenta importante para o entendimento antropológico. Neste caso, o autor expõe que existem dificuldades para estabelecer a comunicação à medida há diferença de