Texto o medo dos pobres
1) A partir dos enfoques do texto, que relações existem entre violência e pobreza e como isso se reflete na educação? A educação consegue dar conta deste problema social?
O peso da vida urbana no Brasil é imenso: nada menos que oito em cada dez habitantes vivem em cidades. Essa enorme mudança foi tão acelerada quanto desequilibrada. Ao contrário do que se imaginava, no entanto, o que muitos encontraram nos grandes centros foi uma vida precária, mas a desaceleração do crescimento econômico que acompanhou a volta da democracia pareceu tornar essa conquista inútil: a vida nas favelas e periferias além de precária tornou-se muito mais violenta. A segurança é um problema social amplo. Não existe um boletim de ocorrência policial padronizado no país como, por exemplo, o formulário padrão de declaração de óbito que foi implantado na área da saúde ainda na década de 1970. As espectativas já apontam para uma redução de trêspor cento da taxa nacional a partir de 2000. Mas o conjunto dos dados mostra que desde 1980 o número total de homicídios com vítimas de todas as idades passou de 17,3 mil para 51,6 mil. O que fez a taxa saltar de 14,6 para 28,4 homicídios por 100 mil habitantes. A teoria da desorganização social nega a ligação direta entre a pobreza, criminalidade, educação e propõe num primeiro momento a ocorrência de um processo desorganizado de urbanização que, associado a alta taxa de pobreza resultaria na concentração esacial de desvantagens econômicas e estruturais, altas taxas de rotatividade residencial e, por isso grande heterogeneidade étnica. Essa desorganização, por sua vez diminuiria a integração entre os membros da comunidade que teria pequeno poder de controle social sobre o comportamento dos cidadãos. Daí surgimento do crime.