fichamento do livro força mormativa da constituição

No livro A força normativa da Constituição, Konrad Hesse contrapõem-se com as ideias do Ferdinand Lassalle. Para este, como a Constituição de um país expressa as relações de poder nele dominante, esses “fatores de poder” formam uma Constituição real. O polonês ainda alegou que essa “força ativa” do poder é a que deveria ter autonomia no país, fazendo com que a Constituição jurídica não passe de um simples pedaço de papel. Lassale para tentar comprovar essa tese apoiou-se no fato: das questões constitucionais não serem apenas questões jurídicas, mas principalmente questões politicas. Além disso, para ele, o poder da força afigura-se sempre superior à força das normas jurídicas, tendo com isso a “submissão” da normatividade à realidade fática.
Já para Konrad Hesse, essa tese não passa de um equivoco. Para o Russo, se isso fosse correto, o próprio direito constitucional estaria em contradição com a Constituição, pois se a Ciência da Constituição adota essa tese, e passa a admitir a Constituição real como decisiva, tem-se a descaracterização como ciência normativa(o direito constitucional é normativo),operando-se a sua conversão numa simples ciência do ser. Não haveria mais como diferencia-la da Sociologia, ou de outra matéria Propedêutica.
Diante disso Hesse afirma que a Constituição não representa só expressão de um ser, mas também de um dever ser; expressa mais que o reflexo das condições fáticas de sua vigência, pois devido à pretensão de eficácia, ela imprime ordem e conformação à realidade política e social. A Constituição adquire força normativa na medida que logra idealizar essa pretensão de eficácia. E isso só pode resultar da relação da Constituição jurídica com a realidade.
Somando-se a isso Hesse cita Humboldt com o objetivo de fortalecer sua tese. Humboldt alegou “nenhuma Constituição politica completamente fundada num plano racionalmente elaborado pode lograr êxito; somente aquela Constituição que resulta da luta do acaso poderoso com a