Texto Teresa Cerdeira
Resenha
Por
Priscila Vieira Duarte (DRE 111 224 121)
Prof. Drª. Teresa Cerdeira
Rio de Janeiro
Junho de 2014
Introduzindo com um texto de Proust, Teresa Cerdeira no capítulo “Do labirinto textual ou da escrita como lugar de memória” se propõe a analisar a escrita metaforizada por um labirinto, que se constitui por meio da relação dupla de “reverência” e “traição” que ocorre no processo de retomada do um discurso de um autor. Nesse sentido, a escrita em si abriga discursos com características diferentes, tais como tempos, origem, gêneros, o que o torna uma, mas com diversas possibilidades de caminhos. Os intertextos não são privilégios de um autor ou época, assim como o uso do intertexto não tem motivações iguais, nem alcança mesmos resultados.
Percebemos que os conceitos de intertextualidade não estão pautados exclusivamente no resgate das influências do discurso do passado, mas sim na busca de superar os modos da relação entre as vozes de um texto e seu diálogo com o novo texto, que pode nem sempre ser homogêneo.
Com as novas teorias a respeito do autor, como a morte do autor postulada por Companhon em "O Demônio da Teoria", a autoridade do autor como detentor da verdade única do texto por ele produzido é desfeita. Com isso, inaugura-se o leitor como construtor de sentidos, na medida em que dialoga com o texto. Teresa destaca ainda que, o fato de retomar um texto na construção de um novo, não significa confessar uma dívida em relação a ele, mas apropriar-se dele e tomar para si o poder de interpretação e, assim, recriá-lo. A citação abre-se a cinética do passado, presentifica o texto, modificando o texto, traz uma reavaliação do passado.
A análise dos livros de Saramago se faz pela observação das características da escrita do autor que é feita por meio da perspectiva de um leitor da tradição cultural presente no imaginário português, ibérico e ocidental. A escrita de Saramago é rica