Soneto
"PERMANÊNCIA E PERTINÊNCIA DO SONETO E SUA FORMAÇÃO ESTÉTICA, DE SENSIBILIDADE E DE PENSAMENTO"
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Estudos Literários
LINHA DE PESQUISA: Poéticas da Modernidade
Candidato: Gyannini Jácomo Cândido do Prado Orientador 1: Prof. Dr. Jamesson Buarque de Souza Orientador 2: Prof. Dr. Rodrigo Vieira Marques
Goiânia, 2011
1. Justificativa/Fundamentação teórica
Quando Dante (1955, p. 446), no canto XXIV, verso 56 do “Purgatório” da Divina Comédia, escreveu que “il Notaro” e “Guittone” foram os responsáveis pelo fazer de um estilo na literatura, fez-nos perguntar quem seriam estes dois sujeitos “tão importantes” ao ponto de serem citados pelo toscano. A investigação inicial, e não foi difícil descobrir, devemos confessar, nos levou aos responsáveis pelo “refinamento” da literatura na península itálica, melhor dizer que ele, Dante, os cita para dizer do “stil novo” que de alguma maneira foi-lhe tolhido de conhecer a tempo. Jacopo (ou Giacomo) da Lentini e Guittone foram os dois responsáveis, um na Sicília e o outro na Toscana, respectivamente, por tornar esta forma poética, já quase no final da Idade Média uma forma que perduraria até os dias de hoje (TIRABOSCHI, 1709). Essa forma poética ficou conhecida por soneto, coisa, aliás, que não tem muito consenso de sua autoria. Os franceses também reclamam esta invenção e é preciso dizer, em defesa dos francos (BILAC; PASSOS, 1949, p. 165), que de fato o soneto não é uma construção pronta, fez parte do processo literário daquele período (séculos XI, XII e XIII) e que no desenvolver do projeto teremos como demonstrar essa afirmação. O soneto, sendo essa forma de processo, conseguiu passar os séculos e fundar uma maneira de ver e de representar o mundo e as coisas contidas nele. É para isso que nos chama a atenção Focault (2002,