Texto: Princípios de conservação de um bem
Os Princípios de Conservação
(pub. Correio da Unesco nº 5, ano IX mai 1981 - p.27-28)
Bernard M. Feilden1
(autor de Conservation of Historic Buildings2 e de Outline of Conservation, obra publicada pela Unesco).
A conservação do patrimônio cultural exige a administração sensata dos recursos e um sentido de proporção. E talvez, acima de tudo, o desejo e a dedicação no sentido de preservar os bens culturais. Neste sentido cabe citar o velho provérbio que diz: “é melhor prevenir do que remediar”.
A política moderna de conservação a longo prazo orienta-se pela luta contra as causas da deterioração. Catástrofes naturais, tais como inundações e terremotos, não podem ser evitadas, mas podem ser previstas e assim os danos podem ser bem reduzidos. O desenvolvimento industrial não pode nem deve ser freado, mas os danos podem ser minimizados através do combate ao desperdício, à expansão sem controles, à exploração econômica e à poluição.
Apesar das diferenças de grau e de envergadura, os princípios básicos e os métodos de conservação são os mesmos tanto para os bens móveis quanto para os bens culturais imóveis.
Há, no entanto, importantes diferenças logísticas. Em primeiro lugar, o trabalho arquitetônico exige o tratamento dos materiais num ambiente aberto e praticamente sem controle. Enquanto o conservador-restaurador, que trabalha num museu, pode geralmente contar com um bom controle ambiental para minimizar posteriores deteriorações, o conservador de obras arquitetônicas não pode contar com esse controle. Ao contrário, ele tem que levar em conta os fatores temporais e climáticos.
Em segundo lugar, a amplitude do trabalho de conservação de obras arquitetônicas é muito maior, e em muitos casos os métodos utilizados por conservadores-restauradores de museus são considerados inoperantes para as dimensões e complexidades da estrutura arquitetônica.
Por outro lado e por essa mesma razão, as medidas de conservação de obras arquitetônicas