FICHAMENTO HISTÓRICA E EVOLUÇÃO CONCEITUAL DO RESTAURO ARQUITETÔNICO

Centro de Artes e Comunicação
Departamento de Arquitetura e Urbanismo

FICHA DE LEITURA I

Ficha de leitura do texto:
BRAGA, Márcia (Organização).
Conservação e Restauro, Vols. 1 e 2, Ed. Rio. Rio de janeiro, 2003.

Disciplina de Técnicas Retrospectivas

Recife, 2015.2
1. Os Teóricos
1.1. Viollet-le-Duc Historiador de arquitetura, escritor, desenhista e construtor, Viollet-le-Duc (1814-1879) viveu na França em uma época marcada por eventos econômicos, políticos e sociais influenciados pelo Iluminismo, Revolução Industrial e Revolução Francesa, que causaram a ruptura com o passado propiciando o estabelecimento de uma identidade nacional e a firmação da restauração como ciência. Nasceu em uma família burguesa, estudou arquitetura na Escola de Belas Artes de Paris, em 1830, e possuía grande interesse pela arquitetura medieval e clássica, onde constatou contrapondo os dois estilos que existem princípios verdadeiros por trás da “adequação da forma à função, da estrutura à forma e da ornamentação ao conjunto, independente do estilo adotado”. Na sua principal obra “Dictionnaire Raisonné de l´Architecture Française du XIe au XVIe Siécle”, Le-Duc, apontou o grande preconceito que havia em relação à restauração, vista como uma “fantasia, uma moda, um estado de desconforto moral” (p. 33) devido à retomada e revalorização das obras da Idade Média, vista pelos estudiosos como o caminho para a identidade nacional. Viollet-le-Duc possuía uma preocupação com a adequação de formas, materiais, funções e estruturas que, na concepção de um projeto de restauro, deveriam formar um “sistema lógico, perfeito, e fechado em si” (p. 17) de forma a estabelecer o “modelo ideal” e retornar o edifício a “um estado completo que pode não ter existido nunca em um dado momento” (p. 29). Para isso, fazia uma análise profunda de como teria sido feito o projeto original se detivesse todo o conhecimento e experiência da época da concepção, concebia o “modelo ideal” e impunha sobre