Texto metodo Paulo Freire
Os métodos de alfabetização geralmente têm um material pronto, como os: cartazes, cartilhas, cadernos de exercícios. Mas quanto mais o alfabetizador acredita que aprender é enfiar o saber-de-quem-sabe no suposto vazio-de-quem-não-sabe, tanto mais tudo é feito de longe e chega pronto, acabado. Paulo Freire pensou que um método de educação construído em cima da idéia de um diálogo entre educador e educando, onde há sempre partes de cada um no outro, não poderia começar com o educador trazendo pronto, do seu mundo, do seu saber, do seu método e material.
Um dos pressupostos do método é a idéia de que ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho. A educação deve ser um ato coletivo, solidário, um ato de amor; não pode ser algo imposto, porque educar é uma tarefa de trocas entre pessoas: educando-educador.
A cartilha é um saber abstrato, pré-fabricado e imposto. É uma espécie de roupa de tamanho único que serve pra todo mundo e pra ninguém. Imagine você, leitor, que aprendeu a ler faz tempo e esqueceu o custo da coisa, imagine agora um operário chegando, depois de uma jornada cansativa de trabalho, na sala de aula tendo que repetir no meio da noite:
“Eva viu a uva”. “A ave é do Ivo”. “Ivo vai na roça”.
Paulo Freire argumenta que o melhor texto para serem trabalhados com os jovens e adultos é quando o estudo desvela o segredo da vida, sendo dirigido especificamente aos operários e trabalhadores, ou seja, conforme a realidade de cada sala.
Esta é uma das razões pelas quais, este é um método que se constrói a cada vez que ele é coletivamente usado dentro de um círculo de cultura de educadores-educandos, e deve começar com uma prática de ação comum entre as pessoas jovens e adultas e a comunidade por meio de diálogo.
Das muitas conversas com o mundo da comunidade, como: pessoas, casais, famílias, pequenos grupos, equipes locais, todas as situações de vida e trabalho com a terra, como os pedreiros executam sua tarefa e de