Texto Lento
O mar lançava-se vitorioso sobre a areia, e no meio do mar ainda agitado, via-se pedaços de madeira à deriva. Num desses pedaços, podia ler-se “Ala Arriba”, o nome do barco que ficara para trás. Em cima de uma das madeiras, estava um corpo de um velho franzino. Estava deitado sobre a madeira e “colado” a ela.
Tentou levantar a cabeça, e não conseguiu, agarrou-se mais à madeira, e deixou-se estar. Passadas horas de imobilidade, decidiu-se a “remar” com as mãos, mas a corrente estava muito forte e puxava-o para trás. Imobilizou-se novamente, e permaneceu em cima da madeira, cedendo aos “caprichos” do mar.
O pedaço de madeira subia e descia, conforme as ondas. O velho, continuava deitado e “colado” a ela. Passadas horas, foi empurrado violentamente contra umas rochas e caiu na água. Viu a sua “jangada” ficar desfeita em mil pedaços. Decidiu-se a nadar. Subiu para uma das rochas, e a custo, sentou-se nela.
Levantou a cabeça, e olhou à sua volta. Tinha um ar cansado e desesperado. A terra ainda ficava um pouco longe. O mar, fustigava a rocha em que se encontrava com tal violência, que este lançou-se novamente à água e nadou, como pode, em direção à praia.
Parava algumas vezes e boiava. Demonstrava cansaço. Conseguiu chegar à praia e arrastou o seu corpo pela areia até estar longe da água.
Deixou um rasto de sangue atrás dele. Vinha com as roupas rasgadas e ensanguentadas. Não se conseguindo levantar, deixou-se estar deitado na areia a chorar. Soluçava. Via-se o seu corpo agitado com os soluços.
Sentou-se, e limpou as lágrimas ao que lhe restava da camisa. Olhou em volta, e não viu ninguém. Estava num pequeno pedaço de areal, que estava rodeado de rochas, intransponíveis. Olhou para cima, mas as rochas não o deixavam ver nada. Levantou-se, com muito custo, e tentou novamente ver se conseguia avistar o cimo da falésia, mas a rochas calcárias eram demasiado altas. Deixou-se cair propositadamente, ficando sentado na areia, deixou