Texto & Leitor -Aspectos Cognitivos da leitura
Aspectos cognitivos da leitura
Ângela Kleiman
Por
Helena Maria de Melo, formada em Letras pela UFU (Universidade Federal de Uberlândia) em 2004.
Podemos ensinar a compreensão? Podemos ensinar um processo cognitivo? Evidentemente que não. Isso porque o papel do professor neste contexto é criar oportunidades que permitam o desenvolvimento desse processo cognitivo, sendo que essas oportunidades poderão ser melhor criadas, na medida em que o ele seja melhor conhecido, a respeito dos aspectos envolvidos na compreensão e das diversas estratégias que compõem os processos. Para isso, a descrição e a análise da compreensão do texto escrito têm dois objetivos: oferecer subsídios aos interessados na leitura e na formação de leitores, e como um passo decorrente do primeiro objetivo, visar ao aprimoramento da própria capacidade de leitura do leitor, construindo as bases para uma atividade de metacognição, isto é, reflexão sobre o próprio saber, o que pode tornar esse saber mais acessível a mudanças. Refletir sobre o conhecimento e controlar os nossos processos cognitivos são passos certos no caminho que leva à formação de um leitor que percebe relações e que forma relações com um contexto maior, que descobre e infere informações e significados mediante estratégias cada vez mais flexíveis e originais.
Então, a leitura é um ato social, entre dois sujeitos – leitor e autor – que interagem entre si, obedecendo a objetivos e necessidades socialmente determinados. Oriundo da leitura vem a compreensão de um texto, que é um processo caracterizado pela utilização de conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe, o conhecimento adquirido ao longo de sua vida é mediante a interação de diversos níveis de conhecimento, como o conhecimento lingüístico, o textual e o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto. O conhecimento lingüístico, aquele implícito, não verbalizado, nem verbalizável na