Texto Hist ria da Natureza
“Pauapixuna”
Laisa Epifânio Lopes1
Resumo:
O presente artigo objetiva a realização de uma reflexão sobre a representação do espaço amazônico na letra da canção “Pauapixuna”, a partir da compreensão de como os autores Ruy Barata e Paulo André Barata descrevem através da arte poética a relação do caboclo com o espaço, mitificando-o e construindo um ideal de Amazônia.
Palavras-Chaves: Amazônia, Identidade, Representação.
Introdução
O espaço, especificamente o convívio com o ambiente, atinge a construção social em seu cerne, de uma maneira evidente ou subentendida.
Afirmo isso de uma maneira um tanto imprudente. Pois se levarmos em conta a possibilidade dos olhares mais críticos se recaírem em uma perspectiva determinista, poderíamos nos deparar com conflitos teóricos que tentam desvalidar a participação do ambiente na formação social.
Entretanto, mesmo com as deliberações anti-deterministas geográficas, não se pode ignorar que a relação homem-natureza é força motriz de processos históricos realizados por distintas sociedades com a finalidade de vencer dificuldades impostas pelo espaço, seja fugindo dele ou modificando-o.
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Graduanda de bacharelado em História da Universidade Federal do Pará.
Mas o objetivo deste ensaio não é avaliar os impactos ou encargos do ambiente, natural ou urbano, na formação estereotipada de grupos sociais, e sim avaliar como uma comunidade especifica se identifica com o espaço em que está inserida, através de discursos artísticos.
Essa avaliação se pretende realizar pelo entendimento da significação do espaço, no discurso de indivíduos cujas ideias são aceitas por segmentos sociais e/ou políticos como relevantes na composição da identidade de um grupo inserido em determinado espaço, no caso o amazônico.
O espaço na História
A questão do espaço na História nem sempre foi algo conciso, ainda hoje não é, e ao longo das mudanças de perspectivas historiográficas, as visões do papel do