texto de frida
Letrônica
v. 5, n. 2, p. 37 - 61 junho 2012
Um registro do diário íntimo de Frida Kahlo analisado sob uma perspectiva semiológica enunciativa
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Claudia Stumpf Toldo*
Romeu Carletto**
1 Primeiras palavras
Este texto traz em suas linhas uma reflexão sobre o papel da língua, enquanto sistema de signos, em relação a outros sistemas sígnicos, observando suas relações em um registro selecionado do Diário de Frida Kahlo, a pintora mexicana. Essas relações são tratadas na perspectiva da Teoria da Enunciação, mais especificamente, em estudos de
Émile Benveniste (1989) propostos no texto Semiologia da língua, produzido pelo autor em
1969. Questões como “Qual o lugar da língua entre os sistemas de signos” (BENVENISTE,
1989, p. 43) nos motivaram a perseguir uma resposta, tendo presente que quando lemos um texto com diferentes linguagens fazemos um movimento de leitura com e entre esses sistemas. Neste texto de 1969, o linguista exalta o lugar especial e de destaque que a língua ocupa entre os sistemas semióticos pelo fato de poder interpretar os outros sistemas e também poder interpretar-se a si mesma. A relação estabelecida entre esses sistemas é a relação de interpretância e tem origem na faculdade metalinguística, que é a capacidade de criar um segundo nível de enunciação, alcançado pela significância da língua quando no discurso.
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Possui graduação em Letras pela Universidade de Passo Fundo, mestrado em Letras (área de concentração:
Teorias do Texto e do Discurso) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutorado em Linguística
Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. É professora titular no Curso de Letras e no Mestrado em Letras na Universidade de Passo Fundo.
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Possui licenciatura em Língua Espanhola pela Universidade Federal do Paraná, especialização em Metodologia e Ensino de Língua Espanhola pela Faculdade Vizinhança Vale do Iguaçu