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Apresentação do texto “A comédia espanhola e a estratificação social da época barroca”, José António Maravall

“Este teatro, sem deixar de assumir a herança cultural do Renascentismo, apresenta, sem dúvida alguma, uma preferência pelo presente. Dá-se a si próprio como obra de moderno para os modernos.” (Maravall s.d., 295)

ENQUADRAMENTO HISTORICO
Julgamos pertinente para a apresentação deste texto procedermos à devida contextualização histórica, temporal, e social do tema desenvolvido pelo autor.
Nesse sentido, fazemos uma breve incursão pelo tema do Renascentismo, onde se releva a importância do Humanismo e do uso da razão individual (individualismo) na aprendizagem (o próprio questionamento empírico), contrariamente ao que se verificava na anterior época medieval, onde a escolástica se limitava a debater as diferenças entre os autores, sem a emergência de novas ideias e/ou teorias.

Esta noção humanista despoletou novas consciências no indivíduo, como a liberdade social e individual, suportada por um tipo de educação vocacionada para o culto dessa mesma individualidade e para a formação de um ser completo, visando o progresso e a própria ciência.

Ficamos assim perante uma nova perspectiva do mundo, do homem e da forma de ensino e educação, contudo limitada pela religião católica.

CULTURA BARROCA-UNIFICAÇÃO ESPANHA-ABSOLUTISMO
Recuperando o texto, percebemos que a reorganização da sociedade monárquico-senhorial espanhola na época barroca não pretende regressar a uma sociedade feudal da Idade Média nem permitir a implementação / consolidação do Renascentismo. A intenção da Espanha, unificada, católica e em regime absolutista (3 poderes consagrados ao rei: legislativo, executivo e judiciário), será a de repor a ordem social, legitimar “estados” e élites, restabelecer e consolidar uma estratificação social inspirada no principio do prestígio e apoiada pela monarquia, com uma fraca mobilidade social ascendente e não descurando, contudo,