Resumo do texto: Classes de palavras e ensino: Limites móveis
Classes de palavras e ensino:
Limites móveis
Sabemos que do ensino fundamental ao ensino médio, a gramática tradicional é explorada nos compêndios escolares através da classificação das dez classes de palavras rotuladas como substantivo, adjetivo, verbo, pronome, numeral e artigo para os variáveis e advérbio, preposição, conjunção e interjeição para os invariáveis. A abordagem do texto focaliza de início a forma descontextualizada que os gramáticos exploram ao delimitar a classificação tradicional em nosso sistema linguístico. Um dos primeiros erros que está sendo observado no texto é a análise das frases isoladas, não apenas no texto, mas em situações reais de uso. Este isolamento nega a possível mobilidade entre algumas classes em situações correntes. É conveniente que os aspectos linguísticos, sejam eles morfológicos, sintáticos, fonéticos ou semânticos sejam estudados no texto, e não separados afora deste. Os próprios PCNs vieram a dispor de propostas para fundamentar o ensino da língua materna dentro das modalidades oral e escrita nos gêneros textuais. Tais propostas passaram a serem expostas em livros didáticos com a finalidade de ceder aos estudantes o estudo de textos exemplares como fonte de referência para um determinado gênero e, além disso, fazer com que eles passem a perceber a diferença entre os gêneros textuais. Pelo conceito de Marcuschi(2002), os gêneros textuais são fenômenos históricos interligados a vida cultural e social devido às funções comunicativas, cognitivas e institucionais; estas se caracterizam mais do que peculiaridades linguísticas e estruturais. Marcuschi enxerga os gêneros textuais como práticas sócias discursivas, dentro das atividades de realizações empíricas, cartas comerciais, cartas pessoais, romances etc. A análise discutida na sequência toma como base o conceito de Bechara em relação ao substantivo, em que o mesmo define-o como a