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Não é bem o que pensa o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, de 84 anos. Em "Aprendendo a Pensar com a Sociologia", livro escrito com Tim May, ele defende a ideia de que a sociologia continua potente, porque continua a desafiar os clichês do senso comum.
Praticada não mais como dogma, mas como um instrumento de interrogação da vida social, ela nos faz ver que os aspectos mais familiares da vida, aqueles que nos parecem simples e banais, podem ser repensados. Com isso, facilita o fluxo e a troca de experiências e transforma nosso cotidiano. Se a filosofia nos ajuda a morrer, a sociologia nos ajuda a viver. (grifo meu)
Em seu novo livro, Bauman reflete sobre o modo como a sociologia pode nos ajudar, objetivamente, em nossa vida pessoal. A maneira como ela estabelece limites, molda perspectivas, enfim, desenha opções e, também, impossibilidades. A seu ver, a sociologia é, antes de tudo, uma prática. "Ao ampliar o horizonte de nosso entendimento, ela é capaz de lançar luz sobre o que de outra maneira poderia passar despercebido no curso dos acontecimentos", escreve.
A sociologia, diz Bauman, parte da constatação de que as condições gerais da sociedade produzem consequências drásticas em nossa vida pessoal. Que elas atingem nosso cotidiano e influem nas coisas mais banais da existência. Isso não quer dizer que não tenhamos escolha ou que não sejamos livres; quer dizer que essas escolhas e essa liberdade estão moldadas pela força das contingências. Saber pesar a relação entre liberdade pessoal e dependência é a chave do