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2. Contextualização: O Hospital como uma organização
As estruturas hospitalares conceituadas como um instrumento terapêutico se dão a partir do final do século XVIII onde, de um morredouro passou a ser, ao longo dos anos, um ambiente de terapia, de prevenção de patologias, enfim, um ambiente de cuidados para a sociedade.
(FOUCAULT, 1979). Os cuidados médicos estavam mais ligados a uma assistência espiritual do que a cuidados materiais, a medicina era profundamente individualista, a cura estava em jogo entre a natureza, a doença e o médico. Dentre vários outros fatores citados por Foucault, os processos de transformação das pesquisas científicas, na descoberta de necessidade de
“purificação” do ambiente hospitalar, e na disciplinarização das atividades hospitalares levaram ao desenvolvimento de um espaço hospitalar até aos modelos que temos hoje, como locais privativos, limpos, fiscalizados, e que promovem a saúde e não a doença. É a introdução dos mecanismos disciplinares no espaço confuso do hospital que vai possibilitar sua medicalização. Tudo o que foi dito até agora pode explicar porque o hospital se disciplina. As razões econômicas, o preço atribuido ao indivíduo, o desejo de evitar que as epidemias se propaguem explicam o esquadrinhamento disciplinar a que estão submetidos os hospitais. Mas se esta disciplina torna-se médica, se este poder disciplinar é confiado ao médico, isto se deve a uma transformação no saber médico. A formação de uma medicina hospitalar deve-se, por um lado, à disciplinarização do espaço hospitalar e, por outro, à transformação, nesta época, do saber e das práticas médicas. (FOUCAULT, 1992:62) Desta forma o médico passa a ser o responsável pela gestão do hospital, ele é o eixo de tratamento, de organização de medicamentos e dos fatores econômicos e pela sustentabilidade deste. Mais à frente teórica e