saramago
Acho bastante interessante a forma como o autor vai descrevendo os espaços físicos, que conferem uma veracidade à história narrada, Lisboa é importante pois é aqui que se movimentam as personagens principais. Destacando-se o Terreiro do Paço, local onde Sete-Sóis trabalha num açougue, após a sua chegada a Lisboa. E o Rossio, espaço que aparece no inicio da obra como local onde decorre o auto de fé.
Já o espaço social é construído, através do relato de determinados momentos e do percurso de personagens, podendo destacar a Procissão da Quaresma e os Autos de Fé no Rossio. Finalmente, o espaço psicológico, que nos dá a conhecer os sonhos das personagens, que funcionam como forma de caracterização das mesmas. Nomeadamente a rainha sonha várias vezes com o cunhado, D.Francisco.
O narrador conta no presente acontecimentos já passados, analepse, como o desejo antigo dos franciscanos terem um convento em Mafra. O narrador é heterodiegético, mas este por vezes identifica-se com as personagens, parecendo que participa na história, utilizando formas verbais como “ fizemos”, “ nossas”, etc. No entanto, o narrador empresta a sua “ voz “ a diversas personagens, adoptando o seu ponto de vista, como “ sou eu, Sebastiana Maria de Jesus... “
Há diversas personagens nesta obra, cada uma com várias características, um pouco exageradas, na minha opinião. Começando com D.João V, que é descrito como sendo vaidoso, grandioso e megalómano que parece pretender