Teste do aço
Foi um contraste em relação a Bill Clinton, que - a exemplo de Bush - declarou sua crença nos benefícios do livre comércio, mas - ao contrário de Bush - estava disposto a despender muito capital político na defesa dessa mesma crença. Muitos membros do Partido Democrata são protecionistas e, assim, Clinton procurou o apoio dos republicanos para aprovar tanto o Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta) quanto o tratado que criou a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ele enfrentou intensa oposição dos dois partidos para ajudar a recuperar o México de sua crise financeira, em 1995, que poderia ter destruído o Nafta, e resistiu à pressão para que limitasse as importações, incluindo as de aço, durante a crise financeira da Ásia de 1997 e 1998.
É possível que a determinação de Clinton de fazer aquilo que julgava correto quanto ao comércio internacional tenha custado aos democratas a Casa Branca - não apenas porque os votos de West Virginia propiciaram a vitória a Bush no Colégio Eleitoral, como também a política de apoio ao livre comércio de Clinton acabou ajudando a campanha do candidato alternativo Ralph Nader (que tirou muitos votos dos democratas).
Agora acabamos de comprovar aquilo que alguns de nós já suspeitavam: que o governo Bush é incoerente no que se refere ao livre comércio e, provavelmente, aos livres mercados de modo geral.
Não importa a alegação de Bush de que a sua decisão de impor altas tarifas sobre o aço importado foi apenas uma questão de aplicar a lei. Nada na legislação americana o obrigava a impor tarifas - e está bastante claro que as tarifas violam os nossos tratados comerciais internacionais.
Podemos também desprezar a alegação de que se trata de