teses sobre os "rolezinhos"
10 teses sobre o rolezinho.
1- É uma forma de expressão multitudinária majoritariamente promovida por jovens de periferia (nem todos são periféricos, nem todo jovem de periferia participa). Economicamente o maior contingente de participantes pertencem as classes E e D, embora haja presença da classe C (a despeito do caráter discutível deste tipo de classificação econométrica). Portanto, para além de seus atores, é uma expressão periférica.
2- É um fenômeno de massificação social. Sua raiz histórica no contexto paulistano data, pelo menos, dos anos 1950 quando se expande o processo de industrialização e urbanização (não buscarei os antecedentes coloniais). Portanto, o comportamento massificado antecede e constitui o fenômeno rolezinho.
3- Já é um velho conhecido de quem vive, viveu, convive nas periferias de sp, assim como, de funcionários de casas de shows na periferia, certos parques de diversões sustentados pelo serviço social do comércio , de professores da rede pública estadual e municipal, etc. Torcidas organizadas são eminentemente um fenômeno de outra ordem, embora de mesma natureza.
4- Apesar do fenômeno ser resultante da massificação engendrada pela própria segregação urbana, social e econômica, sua peculiaridade é a migração para os shoppings. Através das redes sociais os jovens marcam os encontros e migram a estrutura de relações periféricas para o espaço privado de uso público dos templos de consumo.
5- Outras "tribos urbanas" há muito já promovem seus rolezinhos. É caso de emos, rockeiros, hipsters (inclusive no shopping Tatuapé). Até onde tenho informação, nunca houve repressão a estes grupos, em parte devido suas disposições, em parte devido seu perfil social. Acrescenta-se o aspecto numérico e o valor social atribuído a tal perfil (do jovem de periferia participante do rolezinho).
6- A própria presença massiva num lugar inusitado e secularmente sagrado como o shopping é considerada um tipo de