Rolezinho
O que parecia ser apenas um encontro de jovens da periferia no entorno de shopping centers se transformou em fenômeno social e tema de debates em todo o país
E de repente os shoppings centers viraram motivo de medo para a elite paulistana (e agora também de outros locais) que tinha nestes centros de compras os melhores lugares para socializar e se divertir, pois, ali, se sentiam seguros e livres do “populacho”. Mas, no dia 8 de dezembro, alguns jovens resolveram organizar aquilo que ficaria conhecido como rolezinho e reuniram cerca de 5 mil adolescentes no Shopping Metrô Itaquera. Posteriormente, cerca de 2,5 mil se encontraram no shopping Guarulhos, no dia 14 de dezembro e, mais uma vez, não houve qualquer incidente mais sério. Depois, seria a vez do shopping do Interlagos, na véspera do Natal (22/12), receber o evento. Dez equipes da Polícia Militar foram mobilizadas, mas não houve registro de roubo e violência.
Em 2014, dois shoppings voltaram a ser palco dos rolezinhos. O primeiro foi o shopping Tucuruvi, no dia 4 de janeiro, ocasião em que houve certa tensão, com o centro de compras encerrando suas atividades mais cedo. Uma semana depois veio a barbárie: participantes do ato no shopping Itaquera foram recebidos com balas de borracha e gás lacrimogênio. No mesmo dia estava marcado um rolezinho no JK Iguatemi. Sabendo disso, a direção do shopping conseguiu uma liminar que proibiu o evento e a entrada de jovens desacompanhados.Quem desrespeitasse a ordem teria que arcar com uma multa de R$ 10 mil.
Sobre a decisão proferida pelo juiz do caso do JK Iguatemi, a página do Facebook Advogados Ativistas divulgou seu espanto com a rapidez da decisão e com a própria fundamentação utilizada pelo magistrado. “Ela [a decisão liminar] traz consigo argumentos como ‘A imprensa tem noticiado reiteradamente os abusos cometidos por alguns manifestantes’, isto é, um Juiz de Direito, usando em sua argumentação jurídica algo