Mercosul e BRICS
Assembleia Geral das Nações Unidas
Amâncio Jorge de OLIVEIRA
Departamento de Ciência Política y
Centro de Estudos das Negociações Internacionais
Universidade de São Paulo amancioj@usp.br Janina ONUKI
Instituto de Relações Internacionais y
Centro de Estudos das Negociações Internacionais
Universidade de São Paulo janonuki@up.br Recibido: 26-10-12
Aceptado: 21-08-13
RESUMO
A perspectiva dos poderes emergentes em influenciar a ordem internacional depende, em grande medida, da capacidade de ação coletiva. É necessário que esses países sejam capazes de gerar coesão de posições no âmbito dos regimes e organizações internacionais. Caso não consigam forjar coordenação, é improvável que consigam ampliar o poder de barganha para além do que já detêm individualmente. Este artigo tem por objetivo analisar o peso das coalizões regional e globais como elemento indutor da coesão de comportamento em arenas multilaterais. O Brasil é tomado como país de referência. Analisa-se a evolução do grau de convergência do posicionamento do Brasil na Assembleia Geral da ONU (AGNU) com três grupos de países:
Mercosul, BRICS1 e potências nucleares. A análise cobre o período de 1946 e 2008. Procura-se entender o peso específico das coalizões como elemento indutor de maior convergência de posicionamento na AGNU.
A mensuração da afinidade entre Brasil e potências nucleares serve como grupo controle, tendo em vista o fato de que tanto Mercosul ―no plano subregional― quanto BRICS ―no plano global― são coalizões motivadas em contrabalancear o peso hegemônico norte-americano na ordem internacional.
Palavras chave: multilateralismo; coalizões; ONU; BRICS; Mercosul
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1
O acrônimo BRICs foi modificado para BRICS, com todas as letras em caixa alta, com a inclusão da África do Sul a partir de 2011. O texto utiliza a versão mais recente, independentemente de fazer menção à coalizão pré ou pós inclusão da África do