pedagogia
O escritor Paulo Lins marcou a Literatura Contemporânea com o romance Cidade de Deus (1997). Na obra, Lins retratou a violência policial, a falta de auxílio das Políticas Públicas e a rotina das camadas sociais menos favorecidas do Rio de Janeiro entre as décadas de 1960-80. O célebre livro ganhou uma adaptação para os cinemas em 2002, com direção de Fernando Meirelles e codireção de Kátia Lund, a obra cinematográfica revolucionou o formato do cinema nacional.
Quinze anos depois, Paulo Lins lançou seu segundo romance em que relata a origem do samba, o surgimento das escolas de samba, a Umbanda, assim como a construção da identidade negra no país através das culturas africanas. Desde Que o Samba é Samba (2012), tem como ambiente o bairro do Estácio de Sá, local em que nasceu o samba. No enredo, nomes consagrados do gênero musical ganham vida reproduzindo suas composições clássicas. Com uma pesquisa apurada e a licença poética, Paulo Lins constrói uma análise sociológica e antropológica da formação da cultura brasileira do início do século passado.
Em entrevista para o Livre Opinião – Ideias em Debate, Paulo Lins comentou sobre o processo criativo de seus dois romances: “[Os dois] foram difíceis, cada um teve a sua dificuldade”. Ele explicou o início da elaboração dos livros: “Cidade de Deus partiu de uma base científica, de um trabalho que eu estava fazendo para a universidade, eu não pensava em fazer um romance que fosse atingir o nível que atingiu. Desde que o Samba é Samba eu quis resgatar a cultura do negro, do descendente de escravo, a genialidade de certos autores que inventaram a escola de samba e o carnaval”.
Lins também colocou sua posição em relação aos movimentos sociais, os “rolêzinhos” e a violência policial que tomaram a mídia nos últimos meses: “Isso sempre aconteceu, porém antes não havia tanta visibilidade. Agora quando acontece alguma coisa todo mundo