TESE LUIZ EDUARDO SIMOES DE SOUZA
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de História
Programa de Pós-Graduação em História Econômica
A ARQUITETURA DE UMA CRISE:
HISTÓRIA E POLÍTICA ECONÔMICA NA ARGENTINA, 1989 – 2002
Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em História Econômica do
Departamento de História da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo, como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em
História Econômica.
Aluno: Luiz Eduardo Simões de Souza
Orientador: Prof. Dr. Wilson do Nascimento Barbosa
São Paulo, 2007
Resumo
Esta tese estuda os fundamentos da crise econômica argentina, irrompida em 2001. A
Argentina, no contexto latino-americano, de acordo com a literatura históricoeconômica, apresenta uma “regressão econômica secular”; processo esse que se intensificou desde parte da década de 1970, quando o país viveu sob uma Ditadura militar. Em meados da década seguinte, sob uma crise econômica aguda, com hiperinflação, e frente a uma das maiores dívidas externas do mundo, os governos argentinos democráticos tentariam algumas iniciativas de estabilização dos preços, as quais resultariam no Plano de Convertibilidade, em 1991. Nessa ocasião, o país adotou a paridade cambial de sua moeda, em identidade com o dólar estadunidense. A Argentina apresentaria fortes taxas de crescimento do PIB nos primeiros anos do Plano, enquanto privatizava suas empresas públicas, desregulava seu mercado de trabalho e abria sua economia incondicionalmente ao capital externo. O FMI e o Banco Mundial incentivaram abertamente o Plano de Convertibilidade e as medidas de política econômica da Argentina, apresentando-a como exemplo aos demais países por uma década. Em 2001, como resultado das políticas adotadas, a Argentina sofreu uma crise econômica ainda mais intensa do que as anteriores, com uma retração acumulada de mais de 16% do PIB em um intervalo de um ano, com corrida bancária e crise social.
De exemplo