CULTURA ORGANIZACIONAL NAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS
INTRODUÇÃO
A cultura organizacional ganhou grande importância a partir da década de 70 com o advento de novos paradigmas organizacionais concebidos em decorrência da expansão da industrialização e do capital em escala global. Contudo os estudos decorrentes dessa vertente tendem a permanecer na esfera das concepções genéricas, sem analisar as particularidades pertinentes a cada organização ou, ainda, a caminhar apenas no âmbito das organizações privadas, alinhadas diretamente aos interesses e valores capitalistas
O que pretendemos com a discussão proposta é analisar alguns pressupostos que são inerentes às organizações públicas, atuando no processo de concepção de sua cultura organizacional. A importância dessas organizações para a complexa teia que compõe o contexto contemporâneo é primordial, uma vez que são elas que viabilizam as ações do Estado.
Ao longo de todo o processo histórico os Estados nacionais assumem diferentes posições, sempre procurando alinhar-se às exigências que o contexto vigente imprime. Essa característica dialética é fundamental para sua sobrevivência e essencial para a compreensão de como o avanço do capital e da globalização atuam no sentido de buscar um posicionamento acima dessas instituições.
Com o Estado brasileiro não foi diferente: advindo do processo de colonização portuguesa e inserido desde sua gênese na dinâmica capitalista, as constantes oscilações próprias desse modo de produção influenciaram na constituição das características que marcaram as diferentes etapas da administração pública brasileira. Embora o processo de transformação tenha sido constante, em três ocasiões assumiram um ritmo de maiores alterações: a primeira na década de 30, com a transição do modelo patrimonialista – que vigorava desde o império – para o modelo burocrático; na década de 60, com as mudanças implantadas pelo regime militar; e na década de 90, com a Reforma Gerencial proposta pelo governo