Terror Global
Mais que um marco para os Estados Unidos, o Onze de Setembro pode ser considerado o pontapé inicial de uma nova condição global. A significativa escalada do terrorismo desde a derrubada das Torres Gêmeas é prova dessa mudança de perspectiva.
Entre 1983 e 2001, foram 10 grandes eventos na categoria do terrorismo em todo mundo, segundo levantamento do livro "Terrorismo Global: aspectos gerais e criminais". No entanto, somente nos últimos 10 anos, 15 atentados terroristas geraram grande repercussão nacional e internacional (veja no infográfico acima). Esse número não leva em conta as rotineiras explosões no Oriente Médio. Se considerados também estes eventos, o número de casos passa dos 200. E segue crescendo.
A visibilidade do Onze de Setembro gerou a globalização do terrorismo, mostrando às próprias organizações que era possível uma ação daquela magnitude. Na avaliação de André Luis Woloszyn, especialista em terrorismo formado pela Escola Superior de Guerra e autor do livro mencionado, houve uma espécie de marketing não intencional do terror. "Esta foi uma das décadas mais sangrentas nesse aspecto", lembra.
Ao restante do mundo, restou aperfeiçoar suas ferramentas de segurança e defesa, uma vez que o temor é mundial. "Nenhum país está imune e a imprevisibilidade é a primeira característica de um atentado terrorista." Woloszyn lembra que muitos atentados foram evitados a partir do reforço das agências de inteligência.
"Os países passaram a ser mais colaborativos na troca de informações de inteligência", adiciona o especialista. O Brasil e seus vizinhos latino-americanos não escapam deste fluxo de informações. "Nações que não tinham nada a ver com os eventos também passaram a se mostrar presentes na segurança global."
O avanço dos atentados pelo mundo também mostra a presença de diversos novos atores no panorama global do terrorismo. No entanto, ao contrário do Oriente Médio, onde o apoio à causa terrorista vem pela falta de perspectivas