Terremoto japão

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As regiões a leste do Japão guardam as marcas provocadas por um terremoto ocorrido em 1923. O tremor, de 7,9 graus de magnitude na escala Richter, era considerado o maior do país até o dia 11 último. Mas, as lembranças de um antigo atracadouro de barcos, tal como ficou depois da destruição na década de 1920, vão além da fenda nas estruturas de concreto, das edificações destruídas e dos postes inclinados. A partir da tragédia que matou mais de 140 mil pessoas, o Japão aprendeu a lidar com os constantes tremores de terra e modernizou as técnicas de engenharia de construções e o comportamento das gerações seguintes. Se não fosse por isso, o terremoto e o tsunami que atingiram a costa nordeste do país na sexta-feira, 11 de março de 2011, seriam ainda mais devastadores.
Após o abalo de 1º de setembro de 1923, que destruiu Yokohama e metade de Tóquio, a região — que vivia um processo de remodelação urbana com tendência à construção de edifícios no estilo ocidental em alvenaria — teve de ser reconstruída. E não só os prédios foram refeitos, mas a mentalidade do povo. O professor do departamento de História da Universidade de Hong Kong, Charles Schencking, explicou que, depois do tremor de 1923, o Japão não se curvou à calamidade. Profissionais de vários ramos, como urbanistas, advogados e engenheiros, encabeçaram um movimento para a transformação de Tóquio em cidade do futuro.“Os japoneses transformaram a tragédia em oportunidade”, comentou Schenking.
Assim, os japoneses entenderam que a modernização do país deveria ser feita de acordo com as condições ambientais do país, não apenas copiando o modelo ocidental. Era preciso, então, criar uma tecnologia de construção capaz de amenizar os estragos dos abalos sísmicos e vender o know-how para povos em situações semelhantes. A tecnologia é hoje vendida, por exemplo, para as cidades costeiras da Califórnia, nos Estados Unidos. “As estruturas reforçadas e a tendência de amortecer as ondas de choque, de forma que elas não

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