Terra Fria
"Terra Fria" é um filme americano da diretora Niki Caro, que retrata a história de uma mulher, Josey Aimes, que apanhava frequentemente do marido e resolve voltar a morar com os pais na cidade onde nasceu. Mãe de dois filhos e separada, vira motivo de comentários maldosos na pequena cidade onde vive. Sem saber como vai conseguir sustentar os filhos e comprar uma casa para morarem, a única solução que encontra é fazer parte do seleto grupo de mulheres que trabalha nas minas de ferro, exercendo uma função tipicamente masculina de extração do minério das pedreiras. A protagonista começa o filme já sofrendo preconceito do próprio pai, que acredita que a mesma foi agredida por ter traído o marido. Mesmo sem o apoio do pai, ela resolve ir trabalhar nas minas, não tendo medo do trabalho, pois para ela o mais importante é o sentimento que tem de liberdade, de controle sobre a própria vida, sentimento, o qual adquiri quando começa a sustentar a si mesma e seus filhos. No entanto, ao começar a trabalhar é ameaçada, insultada, desrespeitada, cobiçada, sofrendo discriminações diárias, como todas as poucas mulheres que também trabalhavam na Usina. Ela aguenta por um tempo, até que a situação chega a um limite e ela decide dar um novo rumo à sua vida. Então, toma a iniciativa de começar uma ação trabalhista contra os seus empregadores, e aos poucos, consegue apoio das demais funcionárias, transformando em uma ação coletiva.
Analisando o filme sob a perspectiva dos direitos trabalhistas atuais, é nítida a violação de vários direitos fundamentais das mulheres que trabalham na usina mineradora. Conforme preceitua o caput do artigo 5º da Constituição Federal de 1988, o princípio da igualdade entre homens e mulheres, nos seguintes termos:
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à