Ter ou não ter, eis a questão!

TRABALHO SOCIOLOGIA DO TRÂNSITO

Ter ou não ter, eis a questão!!!

É um dia desses em que se está trafegando por uma avenida e ao olhar no retrovisor nos deparamos com uma enorme caminhonete que se mostra ávida por passagem, mesmo que não haja como ceder espaço. Também é possível observar atrás do volante um ser investido do “poder hilux”, aquele que é concedido a uma parcela privilegiada dos humanos e que dá o direito de exigir espaço no trânsito a qualquer hora e em qualquer circunstância. Essa é uma pequena cena que ilustra o que gostaria de comentar nesse breve artigo: o que acontece quando a “síndrome hilux” se manifesta!! Podemos seguir dois caminhos para explicar minha ideia: o caminho “durkeimiano” aponta para o determinismo social como fator que levaria o homem a se sentir “dono do mundo”; pelo caminho werbiano diríamos que o homem escolhe se sentir acima de tudo e todos, ele tem esse livre arbítrio. Bom, vou explicar melhor como vejo esses dois caminhos....
Se olharmos pelo prisma de Durkeimein, esse fenômeno social que intitulei de síndrome da hilux seria resultado da influência da educação e da cultura na formação das atitudes de um indivíduo; ou seja, o homem-hilux reproduz no trânsito o que culturalmente conhecemos como “quem tem mais pode mais”, e nesse caso poder mais é ter uma hilux!!! Ter seria determinante para indicar quem tem prioridade no trânsito: o homem-hilux pode e deve ter a passagem concedida, já que sua hilux simboliza o poder, a onipotência, um status social incontestável.
Pensando com as ideias de Weber, diríamos que o homem-hilux escolhe utilizar-se do poder econômico para obter privilégios, que nesse caso seria ter passagem a qualquer custo. Ter uma hilux em si não é pré-condição para que o indivíduo se sinta mais poderoso ou acima de todos; o que acontece é que ele pode escolher se comportar dessa maneira, pois assim estaria priorizando o ter em detrimento do ser.
Pois bem, vejamos esses dois caminhos dentro de uma