Teorias de comunicação
Carlos Alberto Ávila Araújo2
1. As diversas correntes que compõem a Teoria da Comunicação
O que é normalmente conhecido como Teoria da Comunicação diz respeito a uma tradição de estudos e pesquisas que se inicia no começo século passado. O que não significa que, até este momento específico, não se estudava a comunicação. Por exemplo, os estudos de Aristóteles sobre a retórica podem ser identificados como estudos sobre a comunicação. A Sociologia3, enquanto ciência, tem um surgimento datado: o século XVIII, época em que a vida social torna-se um problema, um objeto de estudo. Ou seja, são características da realidade social vivida no momento - o ritmo violento das mudanças no fim do feudalismo e início do capitalismo; a industrialização; a vida fabril; a urbanização; a mudança de costumes - que determinam a configuração de uma atividade reflexiva e um conjunto de estudos sistemáticos voltados para um problema específico: a sociedade. O que se deu com a Sociologia, repetiu-se com a Comunicação. Como esclarece França4, “se a reflexão sobre a comunicabilidade, a atividade comunicativa do homem, preocupou os pensadores desde a Antiguidade Clássica, a nossa Teoria da Comunicação é bem recente. Na verdade, o desenvolvimento de estudos mais sistemáticos sobre a comunicação é conseqüência antes de tudo do advento de uma nova prática de comunicação: a comunicação de massa, realizada através de meios eletrônicos, possibilitando o alcance de audiências de massa, a supressão do tempo e da distância”. É a partir, portanto, do surgimento dos meios de comunicação de massa e das indagações que eles colocaram - o jornalismo de massa, no fim do século XIX, e, no início do século XX, o rádio e o cinema, atingindo as grandes audiências - que podemos falar numa Teoria da Comunicação, que seria o conjunto de estudos e pesquisas sobre as práticas comunicativas. Este conjunto, contudo, não constitui um corpo homogêneo ou