Teorias da personalidade
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O CICLO DA APRENDIZAGEM KELLYANA E O MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME: DE ARISTÓTELES PARA GALILEU
Laurentino Gonçalves da Rocha [laurentin0@yahoo.com.br] Alexandro C.Tenório [tenorio@ufrpe.br] Heloisa F.B. Nóbrega Bastos [hfbnb@uol.com.br]
Programa de Pós-Graduação em Ensino das Ciências - Universidade Federal Rural de Pernambuco
RESUMO
Trata o presente artigo da mudança, na estrutura cognitiva dos alunos do 1º ano do ensino médio de uma escola pública do Recife-PE, da concepção de movimento retilíneo uniforme (MRU) de pensamento aristotélico para o galiláico. Observa-se a dificuldade dos alunos em compreender a existência de movimento sem a ação de uma força motora, uma concepção aristotélica. Neste artigo através de atividades pedagógicas fundamentadas no Ciclo da Experiência Kellyana (CEK), que faz parte da Teoria dos Construtos Pessoais (TCP), proposta por George Kelly (1955), pretendemos argumentar se o CEK é adequado para a desejada mudança cognitiva do pensamento aristotélico para o de Galileu.
INTRODUÇÃO
Na sala de aula, observa-se que os alunos consideram como Aristóteles (382-322 a.C), que para um corpo estar em movimento deve sempre agir uma força (MORAES, 2000). No meio científico, essa concepção perdurou até o século XVII, quando Galileu Galilei (1564-1642), criador do método experimental, em suas experiências, verificou a existência do MRU sem a ação de força (NUSSENZVEIG, 1981). A mudança, na estrutura cognitiva dos alunos, para passar da concepção aristotélica para a galileana é difícil e complexa, porém necessária, pelos seguintes motivos: a) para que saibam que o conhecimento físico se processa num contexto histórico-evolutivo de paradigmas e rupturas; b) para compreenderem conhecimentos físicos mais atuais, como a Mecânica Quântica e a Relativística; c) para se inserirem nos mundos do trabalho, tecnológico e sócio-cultural. Para o professor, também é importante